Arquivistica Histórica

Documento simples 14 - [Alvará de D. João II com treslado da lista das igrejas do julgado de Cerveira que constavam do livro do padroado das igrejas de todo o reino de Portugal de que o rei era padroeiro]

Código de referência

PT/LVBNTS/ LVBNTS/SC 06/SS 02/SC 02/SSC 02.01/14

Título

[Alvará de D. João II com treslado da lista das igrejas do julgado de Cerveira que constavam do livro do padroado das igrejas de todo o reino de Portugal de que o rei era padroeiro]

Data(s)

  • 1477-05-29 (Produção)

Nível de descrição

Documento simples

Dimensão e suporte

1 doc.; perg.

Área de contextualização

Nome do produtor

Lima, Leonel (n. [c. 1403] - m. 1495-04-13) (n. [c. 1403] - m. 1495-04-13)

História biográfica

Filho secundogénito de Fernão Eanes de Lima e de Teresa da Silva, terá nascido por volta de 1403. Começou por ser criado da casa do infante D. Duarte e veio a suceder a seu irmão Álvaro Rodrigues de Lima, que faleceu prematuramente sem descendentes legítimos, nos bens da Coroa que pertenceram a seu pai: as terras de Valdevez, Coura, Fraião, São Martinho, Santo Estêvão e Geraz, e a casa de Giela. Recebeu para isso autorização de D. João I a 24 de janeiro 1429, pois esta sucessão contrariava a lei geral do reino. Obteve, mais tarde, a confirmação destes bens por D. Duarte em 1443 e por Afonso V em 1449. Depois da morte de D. Duarte as suas posições durante a crise da regência oscilaram, mas, em 1449, em Alfarrobeira, é ao lado de D. Afonso V que combate. Um ano depois da batalha foi nomeado para o Conselho real. Em 1454, passou de escudeiro a cavaleiro da Casa real e recebeu o cargo de guarda-mor dos portos de Valença do Minho. Esteve presente na campanha de Tânger de 1437, ajudou o rei na conquista de Alcácer em 1458, e em Toro no contexto da guerra de sucessão de Castela, após a morte de Henrique IV, apoiando o monarca na defesa dos direitos da sua esposa, D. Joana, e nas suas pretensões ao trono de Castela, em 1476. Em 1464, foi nomeado alcaide-mor do castelo de Ponte de Lima. Recebeu várias tenças, assim como doações patrimoniais, nomeadamente o senhorio de Vila Nova de Cerveira em 1471, a terra de Beiral de Lima em 1475 e a 4 de maio de 1476 recebeu o título de visconde de Vila Nova de Cerveira e o tratamento de Dom. Faleceu a 13 de abril de 1495 e foi sepultado no convento de Santo António de Ponte de Lima, que fundou com a sua esposa em 1481. No ano anterior, haviam fundado um albergue ou hospital para peregrinos, também em Ponte de Lima, tendo D. Leonel deixado no seu testamento, feito a 11 de abril de 1495, um conjunto de propriedades para o seu sustento.
Foi casado com D. Filipa da Cunha, filha de Álvaro da Cunha, senhor de Pombeiro, e de Brites de Melo. O casamento foi negociado pelo próprio monarca que, por uma carta régia de 12 de abril de 1432, concedeu um dote de 3500 coroas de ouro. Deste matrimónio nasceram dez filhos.

Nome do produtor

Cunha, Filipa da (n. [a. 1430] - m. 1486-09-07) (n. [a. 1430] - m. 1486-09-07)

História biográfica

Filha de Álvaro da Cunha, senhor de Pombeiro, e de Brites de Melo. Da parte do pai, era neta de D. Leonor de Teles e do seu primeiro marido, João Lourenço da Cunha, e sobrinha da rainha D. Beatriz esposa de D. João I de Castela. Da parte materna, era descendente dos senhores de Melo. Filipa da Cunha tornou-se 1.ª viscondessa de Vila Nova de Cerveira depois da mercê concedida a seu marido a 4 de maio de 1476. Faleceu a 7 de setembro de 1486 e foi sepultada na capela de Nossa Senhora da Piedade do convento de Santo António de Ponte de Lima, que fundou com o marido em 1481.
Casou-se com Leonel de Lima, tendo o matrimónio sido negociado pelo próprio monarca que, por uma carta régia de 12 de abril de 1432, concedeu um dote de 3500 coroas de ouro. Deste matrimónio nasceram dez filhos.

Nome do produtor

Lima. Família (flor. 1371-1476) (flor. 1371-1476)

História biográfica

Fernão Eanes de Lima, pertencente à linhagem ou grupo parental dos Limas, originário da Galiza, fixou-se no reino português, no final do século XIV, tendo sido compensado pelo apoio prestado a D. João I com um conjunto de bens e jurisdições na região minhota. Contraiu matrimónio com uma senhora linhagem dos Silva, D. Teresa da Silva, e assegurou a transmissão dos bens que recebeu de juro e herdade a seu filho Álvaro Rodrigues de Lima, que faleceu antes de 1429, sem descendência. Sucedeu-lhe o irmão, Leonel de Lima, que recebeu o título de visconde de Vila Nova de Cerveira, em 1476. A continuidade desta família/Casa foi assegurada pela transmissão do título e de mais bens da Coroa nos quais foram sucedendo os primogénitos varões até à morte do visconde D. Francisco de Lima, em 1578.

Nome do produtor

Lima. Família, viscondes de Vila Nova de Cerveira (1476-1578) (1476-1578)

História biográfica

A família/Casa dos Limas é iniciada com o fidalgo de origem galega Fernão Eanes de Lima, que contraiu matrimónio com uma senhora linhagem dos Silva, D. Teresa da Silva. Esta foi continuada por Leonel de Lima, que, em 1429, sucedeu a seu irmão mais velho, falecido sem descendência, nos bens da Coroa de que este e o seu pai haviam sido donatários na região minhota. Leonel de Lima contraiu matrimónio com uma senhora descendente das linhagens dos Cunhas e dos Melos, D. Filipa da Cunha. Recebeu o título de visconde de Vila Nova de Cerveira em 1476. Assegurou a transmissão do título e de um conjunto de bens e direitos da Coroa que já haviam sido de seu pai e de outros que recebeu de juro e herdade, nomeadamente a alcaidaria-mor de Ponte de Lima. Estes bens foram sendo transmitidos e acrescentados pelos seus sucessores até à morte do 5.º visconde de Vila Nova de Cerveira, D. Francisco de Lima, em 1578.
Depois da quebra de varonia, a sucessão na Casa veio a ser assegurada, em 1579, por um neto, Lourenço de Lima Brito Nogueira, filho de Luís de Brito Nogueira e de Inês de Lima, filha do falecido visconde.

História do arquivo

O documento está depositado no Arquivo Distrital de Braga e terá pertencido à coleção de Manuel de Oliveira (conhecida como Fundo Barca Oliveira). Depois da venda do Paço que os marqueses de Ponte de Lima possuíam em Ponte de Lima, em 1868, as irmãs de um dos proprietários ofereceram, nos inícios do século XX, a documentação que se encontrava no edifício ao médico e bibliófilo Manuel de Oliveira. Depois de este ter falecido, em 1918, a sua coleção foi vendida à Câmara Municipal de Braga e, mais tarde, por permuta, passou para a Biblioteca Pública Municipal de Braga, provavelmente em 1926. Após a transferência da Biblioteca e do Arquivo do antigo Convento dos Congregados do Oratório para o Paço dos Arcebispos em 1934, deu-se a separação informal dos impressos (a cargo da primeira) e dos manuscritos (responsabilidade da segunda), que se tornou definitiva em 1974 com a cisão das duas instituições e a sua incorporação na recém-criada Universidade do Minho. Os manuscritos pertencentes aos marqueses de Ponte de Lima ficaram no Arquivo Distrital de Braga.

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Zona do conteúdo e estrutura

Âmbito e conteúdo

O visconde de Vila Nova de Cerveira pediu ao rei que lhe mandasse dar o traslado do tombo do padroado das igrejas de Vila Nova de Cerveira. As igrejas do julgado de Cerveira que faziam parte do padroado régio e que vêm mencionadas neste alvará são as seguintes: de Reboreda, de S. João de Campo (Campos), de Covas, de Nogueira, de S. Pantaleão de Cornes, de Moreira, de Sapardos, de Mentrestido, de Seixas, de Lamelas (Lanhelas), de Vilar de Mouros, de Valente, de Mangoeiro, de Moledo, de Crastelo (Cristelo), de Zopo (Sopo), de Venade, de Lobeli (Lovelhe), de Vila Mediana (Vila Meã), de Ervozaim (Orbacém), de Gondar, de Argela, de Guntianes (Gontinhães, hoje Vila Praia de Âncora), de Frexeiro (Freixo), de S. Pedro de Soutelo, de Âncora e de São Cipriano (Vila Nova de Cerveira).

Avaliação, selecção e eliminação

Ingressos adicionais

Sistema de organização

Zona de condições de acesso e utilização

Condições de acesso

Condiçoes de reprodução

Idioma do material

Script do material

Cota(s)

ADB/ I-22-C-1-2-58

Características físicas e requisitos técnicos

Instrumentos de descrição

Zona de documentação associada

Existência e localização de originais

Existência e localização de cópias

Unidades de descrição relacionadas

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Zona de notas

Nota

Nota ao elemento de informação “código de referência”: o código de referência é atribuído e não corresponde ao código que os documentos têm na sua entidade detentora. Para a sua recuperação, é necessário recorrer à cota indicada na descrição.

Identificadores alternativos

Pontos de acesso

Pontos de acesso - assunto

Pontos de acesso - lugares

Zona do controlo da descrição

Identificador da descrição

identificador da instituição

Regras ou convenções utilizadas

CONSELHO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS — ISAD(G): Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística. Trad. Grupo de Trabalho para a Normalização da Descrição em Arquivo. 2.ª ed. Lisboa: Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo, 2002, 97 p.
DIREÇÃO GERAL DE ARQUIVOS; PROGRAMA DE NORMALIZAÇÃO DA DESCRIÇÃO EM ARQUIVO; GRUPO DE TRABALHO DE NORMALIZAÇÃO DA DESCRIÇÃO EM ARQUIVO – Orientações para a descrição arquivística. 2.ª v. Lisboa: DGARQ, 2007, 325 p.

Estatuto

Preliminar

Nível de detalhe

Parcial

Datas de criação, revisão, eliminação

2023-09-17

Idioma(s)

Script(s)

Fontes

Para a história custodial: Lopes, Filipa - História(s) de uma Casa e de um arquivo: os Viscondes de Vila Nova de Cerveira, da ascensão à consolidação institucional (séculos XIV-XVII). Lisboa: FCSH-UNL, École nationale des chartes, 2023. Tese de doutoramento, subcapítulo 5.1.

Nota do arquivista

Criado por Filipa Lopes.

Zona da incorporação